Governo oferece para agricultores do Alto Tietê linha de crédito para poços

Interessados devem atender critérios da Secretaria de Agricultura. Antes do financiamento, produtores devem ter autorização para poço.

Depois dos protestos dos agricul­tores do Alto Tietê con­tra a decisão do gov­er­no de aper­tar a fis­cal­iza­ção a quem não tem out­or­ga para uso da água, aparece o primeiro resul­ta­do pos­i­ti­vo. O Esta­do anun­cia que o Fun­do de Expan­são do Agronegó­cio Paulista (Feap) vai ofer­e­cer uma lin­ha inédi­ta de finan­cia­men­to para a insta­lação de poços arte­sianos ou semiartesianos.

A plan­tação de agrião é uma das cul­turas que mais neces­si­ta de água. Sem irri­gação diária, a muda não vin­ga e mes­mo depois de grande, ela pre­cisa da umi­dade para ficar mais sucu­len­ta. Por isso, o pro­du­tor Bened­i­to Gishi­fu ficou pre­ocu­pa­do quan­do o raciona­men­to foi anun­ci­a­do. Ele cul­ti­va só agrião e usa água dos dois tan­ques que tem na pro­priedade. Ele se ante­cipou na economia. 

No final de 2014 investiu no sis­tema de irri­gação com bom­bas e encana­men­to para poder evi­tar o des­perdí­cio com vaza­men­tos. Atual­mente, ele tem uma econo­mia de 30% no consumo. 

Segun­do a Sec­re­taria de Agri­cul­tura e Abastec­i­men­to, para con­seguir o finan­cia­men­to do Feap o agricul­tor pre­cisa se enquadrar em alguns critérios:

- ter ren­da agropecuária anu­al de até R$ 800 mil, que deve rep­re­sen­tar, no mín­i­mo, 50% do total da ren­da bru­ta anual;
- pagar taxa de juros de 3% ao ano
- ofer­e­cer garan­tia de 100% do val­or finan­cia­do, seja em for­ma de pen­hor, hipote­ca, fiança, aval ou out­ras for­mas de garan­tias legais.

O engen­heiro agrônomo da Coor­de­nado­ria de Assistên­cia Téc­ni­ca Inte­gral (Cati), Rober­to Ohmori expli­ca que esse finan­cia­men­to para per­furação de poços arte­sianos foi inte­gra­do a um pro­gra­ma que já existe, o “Agri­cul­tura Integra­da Paulista”. “Já exis­tia um val­or de até R$ 500 mil. Mas o val­or depende da capaci­dade de paga­men­to do pro­du­tor rur­al. Esse cál­cu­lo é feito na hora do pro­je­to de crédi­to. O téc­ni­co da Cati faz essa con­ta jun­to com o pro­du­tor e faz tam­bém essa análise na hora de escr­ev­er o pro­je­to e anal­isa quan­to ele pode­ria aces­sar de recur­so. Mas, nesse momen­to de crise o crédi­to foi alter­ado para per­mi­tir a uti­liza­ção dessa lin­ha para per­furação de poços arte­sianos e semi­arte­sianos. No entan­to, o val­or é menor R$ 200 mil por CPF.”

Ele aler­ta é que antes de pedir o emprés­ti­mo, é impor­tante que o agricul­tor con­si­ga as autor­iza­ções necessárias para ter um poço na pro­priedade. “O pro­du­tor pode cor­rer o risco de per­furar o poço e ter uma quan­ti­dade de água peque­na. Então, na hora de con­tratar é pre­ciso ter infor­mações das licenças e out­or­gas para per­furação de poços.”

Bened­i­to Gishi­fu tam­bém é pres­i­dente da Asso­ci­ação dos Agricul­tores do Cocuera. Ele avalia que a alter­na­ti­va de bus­car um finan­cia­men­to para isso deve ser anal­isa­da com cuida­do pelos pro­du­tores. “Se você já tem um inves­ti­men­to de médio e lon­go pra­zo, faz­er mais um inves­ti­men­to é um aper­to de cin­to para os pro­du­tores. Mas, se o gov­er­no não quer que a gente use a água, o pro­du­tor pre­cisa ver o que é mel­hor para ele.”

Além da per­furação do poço e da bom­ba é pos­sív­el finan­ciar a out­or­ga, o licen­ci­a­men­to ambi­en­tal e o geor­ref­er­en­ci­a­men­to. Por isso, é impor­tante que o pro­du­tor nego­cie com as empre­sas para que elas já façam esta pre­visão den­tro do pro­je­to. O pra­zo para pagar o finan­cia­men­to é de até oito anos, incluin­do a carên­cia de três. Para mais infor­mações é só entrar em con­ta­to com a Cati pelo tele­fone 4798–1001.

Con­fi­ra a repro­dução da reportagem em:

http://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/noticia/2015/02/governo-oferece-para-agricultores-do-alto-tiete-linha-de-credito-para-pocos.html

Fonte: G1

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